quinta-feira, 8 de maio de 2014

[Enfeitiçados, entediados e confusos] - Feliz Dia das Mães e abaixo a intolerância!


Por Buffy ``Flávia´´ Summers


Amigos Caçadores, neste Domingo comemoramos uma das maiores datas do mundo quando lembramos de nossas mães da vida real. Quanto às fictícias são muito bem representadas por Joyce, aquela que deu a Luz a nossa caçadora. 



Ela poderia ser especial pelo simples fato de ser a progenitora daquela que viria a lutar para salvar o mundo. No entanto deixando de lado estas introduções proféticas, o que sobra é uma personagem que desde cedo aprendeu a batalhar para cuidar sozinha da filha. Se já é complicado para qualquer mãe criar e cuidar de uma adolescente comum, que dirá uma como Buffy, de quem depende o futuro da humanidade.

Sua incrível capacidade de reverter situações complicadas, a dedicação ao trabalho e vibração com que administra a vida que dá suporte à nossa heroína, coloca Joyce como alguém que merece nunca ser esquecida pelos fãs. Desta instigante relação nasceu sequências memoráveis dentro da série como o sofrido The Body, e o divertido Gingerbread, onde as relações de mães e filhas foram discutidas pela brilhante ótica do Buffyverse.


Depois que soube que sua filhinha era a responsável em deter as Forças do Mal no mundo, Joyce viveu um momento de instabilidade na relação com Buffy. Foram brigas feias como em Becoming em que ameaça expulsa a filha de casa e Dead Man’s Party, onde a lavação de roupa suja se torna pública na festa de boas vindas da caça-vampiros. “Quer saber? Eu reagi muito mal. Mamãe não é perfeita!”

Joyce e Buffy na festa dos mortos:
momentos de lavação de roupa suja

Esta frase resume bem tudo que acreditamos ser nossas mães quando crescemos no desejo de ter nossa vida, tomar nossas próprias decisões. A figura ideal é trocada por alguém como nós, mais humano com defeitos e virtudes. O ideal é percebermos que temos que conciliar uma coisa com a outra. Assim Joyce foi a primeira a dar o braço a torcer e tentou se aproximar da filha, fazendo parte de uma caçada noturna.

O que ela não esperava era que esta caçada fosse trazer grandes consequências para ela, Buffy e a cidade de Sunnydale depois de encontrar duas crianças mortas no parque. A visão daquela cena horrorizou a mãe de Buffy, que decidiu ser, segundo ela, mais frutífera do que a filha na luta contra o Mal da cidade.

Ela uniu todos os moradores, recorreu ao Prefeito e criou o MOO, sigla designada para a tarefa. O levante ganhou tamanha proporção que passou dos limites, atingindo a liberdade individual dos alunos/filhos. Quem mais sofreu com tudo isso foram as amigas Buffy e Willow, a princípio impedidas de continuar sua relação. Numa verdadeira caça às bruxas, Joyce organizou todos os pais contra os filhos que julgavam estarem envolvidos com forças ocultas.


Joyce discursando na Prefeitura:
a nova Defensora de Sunnydale

A ideia nasceu com uma Filosofia pacifista, mas cresceu a tal ponto de deixar a cidade ensandecida com as mães que quiseram purificar seus filhos através do fogo. A Prefeitura transformou-se numa verdadeira Praça de Inquisição em que Buffy, Willow e Amy eram as Bruxas. 

O interessante aqui é percebermos que não foi apenas o Demônio disfarçado pelas crianças o único responsável por toda aquela confusão, e sim também, a pré-disposição de Joyce em não ter aceitado totalmente até aquele momento o destino de Buffy. “Eu queria uma filha normal e feliz e não uma caça-vampiros”, disse antes de atear fogo nos livros.



Outra pré-disposição notável vem de Sheilla (versão dublada) Rosenberg, mãe de Willow, na única vez em que apareceu no seriado. A participação foi ínfima, mas de vital importância para entendermos de onde veio tanta insegurança de nossa bruxinha. A vontade de agradar a mãe a todo custo na quase inexistente relação com a mesma, que não se interessava por nenhuma de suas atividades curriculares ou extra-curriculares. Nem ao menos notou que a filha havia cortado o cabelo. 

Willow sempre foi a filha certinha que na única vez que desapontou a mãe, foi punida como um apelo por disciplina. 

Willow e Sheilla: punição instantânea

Amy, a outra caçada, também já teve seus momentos com a mãe, que de tão autoritária e egoísta, trocou de corpo com a filha em The Witch.

Pode-se afirmar que tamanha pressão por ter de ser igual a Catherine Maddison, impulsionou sua inveja em relação ao Dom que a amiga Willow despertou sem ao menos ter raízes com a Bruxaria. Em outras palavras, Catherine teve uma influencia indireta por Amy se tornar vilã na sétima temporada. 

Amy e Buffy diante das glórias de "Catarina, a grande":
a aspirante a Bruxa só queria admirá-la

Outras mães do Buffyverse também merecem uma menção menos empolgante. A mãe de Cordelia, que ligou o botão do dane-se depois que descobriu que tem a doença de Epstein-Barr. A de Xander, que não permitiu que o filho continuasse morando com ela e o jogou num porão fétido. A de Faith que segundo ela nunca a amou. E a mãe de Spike, que se tornou um Demônio que quis violá-lo. Fato que bloqueou tanto o vampirão, que foi responsável pelo gatilho usado pelo Primeiro para trazê-lo pro seu lado. 
Na mesma história vimos a caçadora Nikki Wood, sacrificando a relação com o filho pela missão. 

William e sua Mãe: de audiência cativa a suas
poesias a um Demônio perverso

Enquanto algumas mães tornaram-se vilãs circunstanciais, outras de vilãs tornaram-se mães circunstanciais. Darla em ANGEL, que começou a se redimir depois de entrar em contato com a alma do filho. Disso tivemos o emocionante sacrifício. 


Uma das melhores cenas do Buffyverse. A vilã que virou mãe


Ela ainda retornaria tentando ser a voz da consciência do filho quando Connor pretende sacrificar uma doce donzela para um ritual que traria Jasmine ao mundo.


Relações conturbadas sempre fizeram parte do Buffyverse, pois além da parte humana da coisa ainda temos a parte demoníaca que impulsiona as confusões de sentimentos e atitudes. Por isso algo se torna imprescindível nestas relações de qualquer mundo: o diálogo entre ambas as partes. 

Através disso, exploram-se emoções, conhece-se mais o outro, respeita-se mais, discute-se problemas e com o Amor que sabemos que ainda pode ser resgatado, ajuda a impedir que pequenas faíscas de incompreensão tornam-se grandes fogueiras de intolerância, gerando agressões desnecessárias de ambas as partes. 

Que este Dia das Mães, mais que uma data comemorativa de Amor, sirva também como ponto de reflexão para apararmos as arestas. 

E a todas as mães do Buffyverse, um Feliz Dia das Mães e abaixo a intolerância!

4 comentários:

  1. Esse é o Buffyverse... Um universo de elementos sobrenaturais, mas que também tem forte presença de relações sociais bem realistas (como as relações entre mães e filhos(as) sejam felizes ou conflituosas).

    Três vivas para a Buffy e sua matéria!!

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    1. Obrigada meu querido pelo carinho de sempre, e os três vivas podem ir para este universo maravilhoso e rico que fazemos parte. Buffy é algo que nunca deveria ser esquecido.

      Abraços

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  2. Se a minha mãe assistisse Buffy, ela iria chorar lendo essa postagem, kkk. Ficou muito boa! Parabéns, Flávia, por ser boa com as palavras e também por ter captado bem a essência da série a ponto de relacioná-la a uma data tão especial, que cá entre nós, é todo dia!

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    1. Valeu David, como sempre dizemos Buffy não é apenas uma série direcionada a um único público. Quem sabe sua mãe ainda assiste hein? E vc disse muito bem, Dia das Mães é todo dia! Viva as mamães do Buffyverse e as reais também!

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